domingo, 6 de dezembro de 2009

Réquiem à Francisco de Assis.


E deitado sobre o chão da igreja que reconstruiu está Francisco. Chama os amigos e irmãos e repete o gesto de repartir. Assim abençoa o pão e o distribui para que todos se saciem. Pequeno e franzino, abatido pela cegueira e pelas dores que lhe atormentam, ele agradec a pobreza e prega a igualdade entre os homens. Deseja estar nu para que suas vestes cubram os menos favorecidos. Suspira e ainda louva a irmã morte que se aproxima dadivosa para libertá-lo das misérias do corpo que tanto faz sofrer. Pede aos amigos um cântico que supere o sangramento dos estigmas. Um cântico alegre que fale de pássaros e ventos, de água e flores, de manhãs, tardes e noites. Um cântico do irmão sol e da irmã lua. A música da liberdade. Dorme, Francisco, descansa em tua paz.

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