terça-feira, 26 de outubro de 2010

O que há para ser visto na luz?

O que há para ser visto na luz?
O que, enfim, há entre os corpos senão um indivíduo.
Que se não igual ou superior, indiferente.
O alimento da ilusão.
Liberdade.

sábado, 9 de outubro de 2010

Não é cautela...

Não é cautela. É medo.

Não é tristeza. É depressão.

Não é saudade. É ausência.

Em momentos de neblina...

Em momentos de neblina, ou, noites nebulosas, acendo o pisca pendurado na janela. Indico assim aos anjos, que estou na área.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

...

som de gaita é vento que sopra

...

Ser como a sombra que existe tal qual reflexo de qualquer coisa.
Ou.
O que vou chorar amanhã?
Choro.
Quase anônimo.
Que agora é imagem.
Só.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entidade transitando

A cada dia um estranho.

Estranho a cada dia.

Tormentas que se abreviam,

Espaços em movimento.

Segue. Por hoje e amanhã.

Entidade transitando.

Hora e minuto contado.

O impossível segundo.

Micros infinitos contidos.

Um no outro.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

parabéns!

sim, mais um microsegundo sim,

outro segundo, sim

um minuto, algumas horas, um dia sim

um mês, dois, três, doze e mais um ano sim

sim, feliz, sim, aniversário sim, sim.

nunca não

felicidade sim, alegria sim, amor sim, paz sim.

nada é fácil, sim. tudo é possivel, sim.

sempre.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Penca de flores

Perfume que tem cheiro de mel.
Floração.
Penca de flores.
Orquídeas.
No meu quarto de dormir.
Perto da janela.
Iluminada no sol da tarde.

Sinuca

Abertura.
Caçapa.
Bola na mesa.
Jogo solitário.
Ando falando sozinho pelos cantos da casa, amaldiçoando o vazio.
Tacada e geometria de tabuleiro.
Diagonal.
Transversal.
Eu só.
Contando estrelas.
Refém da possibilidade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Contendas e guerras

No mais das vezes, um ser perdido.
Embriagado de mim mesmo,
Sigo.
De tropeço e cambalhotas,
Malabarismo e palavrório,
Contendas e guerras,
Ainda assim sereno, buscando.
Muitas vezes vitima das ilusões pelo caminho,
Sonho com deuses e demônios.
Seres alados e criaturas peçonhentas,
Um tanto de vingança.
Os males do ódio, o perfume da arrogância.
Medo.


Mcd!

terça-feira, 20 de julho de 2010

mcd

Se palavras são necessárias. Versos que sejam.
Algumas dicas sobre rimas, outras tantas sobre o mar.
O que sobra é cortesia.
O que chega é alegria.
O que resta é fantasia.
Que brota em todo lugar.

sábado, 1 de maio de 2010

Não quero mais você


Ele pegou seu brinquedo preferido. Um super herói de plástico. Olhou bem no fundo dos olhos dele.

- Você não fala mais comigo.

Arrancou-lhe a perna esquerda e a jogou na fogueira. Apontou a cabeça do brinquedo para aquela cena.

- Olhe como derrete.

Depois a perna direita, os braços, o tronco e por fim, beijou sua cabeça.

- Não quero mais você.

Atirou a cabeça do brinquedo nas chamas. Tira da sacola que estava ao lado um pacote. Desembrulha. Abre a embalagem e com alegria, acaricia o novo brinquedo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Golpe


O odor. É familiar. Cheiro de animal distraído. Preza fácil. Nessa situação o predador se garante e abocanha a preza com facilidade. O animal acuado exala seu medo. Um dia e todos vamos sentir o cheiro. Demarcação. O pavor.

Quando estrategicamente alimentadas feras buscam o prazer saciando a fome. Exercitando a perversa animalidade.

Uma maneira divertida é atordoar, prolongar aquele cheiro. O estremecer. Rolar de canto em canto. Tapas na agonia. Até o momento do golpe único.

Quando a fera anda muito faminta, ela dispensa o jogo e golpeia imediatamente. Devorando insaciável. Nesse momento o cheiro do sangue ainda quente é mais urgente. Absorver o calor do que ainda está pulsando.

domingo, 11 de abril de 2010

Viagem de trem


Escrevo desde os 12 ou 13. Fazendo as contas e o resultado pode ser zero. Vou insistir e quem sabe o azar me deixe escrevendo até o fim dos dias.
Assim sendo e eu estou certo de ter apreendido alguma coisa. Sobre o escrever, por exemplo, sei que a leitura é irmã da escrita. E serve o contrário. Absolutamente. E percebo que a leitura não se restringe ao alfabeto. A construção do olhar.

São tantas horas da noite e tudo está quieto e calmo. Um silêncio. O chão começa a vibrar. O vento muda de direção e sou despertado pelo sopro. Ele está vindo.

Diminui a velocidade. Está no horário.

Cochilei. Por um breve momento eu cheguei a sonhar. Meu irmão e eu brincando na sala. Alguém aparece e leva meu irmão para a cozinha. Levanto e vou até lá. Empurro a porta e não há mais nada. Apenas uma luz forte desenhando em preto e branco.

Os faróis da locomotiva.
A porta abre. Estou sozinho no vagão. Faça da mochila um travesseiro e do banco uma cama. A viagem vai ser longa. E amanhã tenho que resolver as urgências. Se não descansar fico imprestável.

- Você tem fogo?

- Tenho. Não podemos fumar aqui.

- Não?

- O fósforo. Pode ficar.

- Aonde vai?

- Mudar de vagão. Preciso dormir um pouco.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Por sua dores o mundo conhece a luz


O êxtase da virgem que pariu.
Concebeu a força do sopro.
O amor.
Viu a salvação e lhe deu de mamar.
Deu-lhe a força humana.
Alimentou o divino.
Por suas dores o mundo conhece a luz.
Mcd!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Foi ontem


Das muitas maneiras.
Fadas e madrinhas.
Padrinhos mágicos.
Noite.
Por onde quer que se olhe é amor.
Qualquer um que se toque.
Aglomerado e parece natal.
Foi ontem.
Na troca do verão pelo outono.
Um bailado no equinócio.
Eixos, movimentos, assentamentos.
O que será o equilíbrio? Embriagado.

Mcd!

terça-feira, 23 de março de 2010

Pro Zé.

Que o futuro seja bom.
Cheio de gente que presta.
Unidos pela verdade, juntos por amor e dedicados ao oficio.
E mais fundo imensas doses de generosidade.
Saturação de tanta felicidade.
Alegre no dia, aconchegante na tarde e em noite de lua, na esquina do bar, sincero trago.
Depois então provar do vasto calor humano:
As boas causas, os bons causos, os assuntos do dia.
Conviver.
Deixar o mundo mais urgente.

Mcd!

Quem sabe até futebol.

Fé para...

desvendar e se preciso proteger das coisas todas desse mundo.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Meu coração bateu por Vinci.


A medida do homem é Vitruvio. A fôrma matemática do criador. O retângulo perfeito. Enquadramento. Se Vitruvio for desfeito, ainda resta a simetria. Um recorte de bom contorno. Quebra-cabeça. Beleza.

O meu coração bateu por lá
Quis se alegrar com fantasias Nem precisa muito imaginar
Que é de lá que surge a magia.

Eu não entendo muito de nada

Eu não entendo muito de nada. Minha perspectiva é sempre emocional e nunca técnica. Portanto, elogio ou depreciação serão sempre meus sinceros pensamentos, minhas observações honestas. Sinto muito prazer em ver você atuando. Gênio incentivador.

O que é o tempo! Feitor e sábio. Amalgama. Tece e talha. Exclui e regenera. Mata e faz nascer.

Assim vamos. Outro dia e novos acontecimentos. Novas motivações, descobertas. A vida cresce. Semear é gesto maduro. Sinal que se reconhece pela ação do tempo. Sabedoria é aprender sobre o crescer.

domingo, 31 de janeiro de 2010

descanso de deus


O que teria feito Deus em seu dia de descanso? Tomado algumas garrafas de um bom vinho? E bêbado, sonhou deitado em eterna plenitude. Sentiu a brisa, percebeu a grama, molhou-se de orvalho. Nunca mais acordou.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Que os anjos me encantem, que dos homens só tenho descrenças. Que ninfas me conduzam por caminhos de beleza e suavidade, que dos homens só recebo ameaças. Todos os elementais: gnomos, fadas e duendes cantem até que eu durma, que dos homens só ouço gritos de pavor e ódio. Que todos os santos amparem minha fé, que nos homens nada mais resta de humano.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Acorda e vê, há um arco de luz, que eu pus, lá no céu, para você!


O passar do tempo.
Ser homem de bem.
Acredito que há muito poema na síntese. Música alia sentimento. Compõem. Poesia é acreditar nas ilusões. Poema descreve.
Eu já cansei de acreditar.
Qual será a nova fórmula? O charme do mundo. A receita inédita. O anti cristo aristotélico. O avesso do mesmo. O apocalipse, agora!
Vale o mistério, vale o investimento. Um certo momento e pronto tudo aconteceu. A magia do momento. O vento no rosto, o frescor da noite no verão e a pele transpirando prazer.
Um relaxante natural: manhã, tarde e noite.
Estou ouvindo Marina cantar junto com Martinho da Vila.
O verso é otimista e a frase é: “vai ter que amar a liberdade, só vai cantar em tom maior, vai ter a felicidade de ver um Brasil, melhor!”
Ensinar a viver onde ninguém é de ninguém. Ter a possibilidade de ver um Brasil melhor.
A vida é loteria. Uma sorte. Por isso é acontecimento. Por isso é vestimenta necessária. Um jeito de ver a luz.
Os ruídos intensos da pós-modernidade nos definem intensos porém efêmeros. Morreremos em breve. Mais cedo ou mais tarde. Apocalipse, capítulo dez versículo qualquer um. Tudo no final é morte e descoberta da transformação. A verdade e a ilusão.
Amantes e inimigos.
“Acorda e vê, há um arco de luz, que eu pus, lá no céu, para você!”
É isso!
‘É seu, e para sempre será.’

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Outros dias que virão


Queimei o que foi o sacrifício das flores. Deitadas em pétalas nas costa do anjo. De asa dourada que banhei em água corrente depois de o ter perfumado com o odor das rosas vermelhas.

Queimo junto cravo, canela e mel, para o deleite dos deuses.

Folhas secas de parreira. Frutos maduros.

Tudo para sonhar outros dias que virão. Outra uva, outro doce, outra maçã.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Meu sonho é vc!


Se eu soubesse escrever ou arrematar qualquer expressão em árabe diria que finalmente a vida mudou. Aconteceu uma transformação no ser humano. Depois de um longo período de três milhões anos, nós finalmente descobrimos o fato de amar. Comprei um liquidificador. Meu primeiro eletrodoméstico exótico. O liquidificador passa a ser uma necessidade quando você se torna responsável por suas ousadias. Principalmente as expressões culinárias. As receitas se ampliam. O universo vai adquirindo possibilidades inovadoras a cada tentativa de acerto. Não sei direito ainda para que serve a função pulsar! Ouvi um cachorro latindo bem perto das minhas orelhas. Deve ser som oriundo da imaginação.
O liquidificador é também um rito de passagem. Um marco no fato de estar existindo e interagindo com as panelas que produzem o básico no mundo: comer e multiplicar. Quanto melhor comer, mais bonito o fruto multiplicado.
Não, o aparelho não irá interferir na minha dieta alimentar de forma a aumentar minha quantidade de gordura humana. Nada disso. Um gesto que se eleva ao céus: alimentos saudáveis. O frescor de uma oração matinal. O suco saudável promovendo a desintoxicação dos rancores, dos odores repulsivos, dos descompassos. A agonia da vida filtrada por uma fina rede estrategicamente colocada no copo. Uma leitura mais atenta do manual incluso é muito importante nos dias de hoje.
O alimento do corpo, o sustento da alma. Come bem, alma boa. Come mau, e pronto, o corpo começa a reagir e produzir efeitos não muito agradáveis. A saúde do coração. O amor pulsando nas veias. Os excessos controlados.
Controlar o colesterol. Todos os dias a busca pela agilidade. Todos os dias os encontros com a imaginação. Todos os dias e as realidades moldadas se prestam a descrever sonhos. Nossa ilusão é manipulável. Nossos sonhos convergem pelas lentes de câmeras escondidas, olhares precisos e cenário convincente. A realidade e o espetáculo. Qual visão do paraíso, fomos até a Lua e vimos que na verdade o planeta é uma pequena bola sujeita a leis impostas pelo passar do tempo. As luzes do cenário no entanto nos dá a impressão de que a vida pode ser mais agradável do ponto de vista da felicidade. Ai então, sonhamos tudo de bom. O liquidificador e suas múltiplas atitudes.
O liquidificador é necessário à partir do momento em que você passa a ver ordem no caos. Água gelo e limão batidos é muito melhor. A transformação dos elementos que se completam para efeito de um melhor paladar. Uma situação apurada. Um deslumbramento diante da condição humana. Condição humana. Humana causa. Infestamos o planeta com razões humanas.
Nem animais seremos. Quem seremos? Fiz meu primeiro suco no liquidificador. Foi emocionante descobrir seu funcionamento. Não se trata de uma escala numerada.São conceitos. Quanto tempo leva para se preparar uma sopa? Qual o tempo necessário para a confecção de um molho vermelho e encorpado? Nossa vã filosofia.
Compacto. Desenho especialmente elaborado para fazer bonito na cozinha. É simpático e enigmático. Nada melhor numa paixão: não saber e discordar com olhares admiradores. A paquera. Vamos fazer alguma coisa com esse liquidificador. Está evidente. É um desejo manusear o objeto. Tocar em suas linhas, fruto da imagem humana de felicidade. Céu claro, lua cheia, vento fraco e suave. Nada de cores fortes. Sinuosidade. Linhas curvas de arquiteto.
Integração total com a paisagem urbana. O liquidificar, ainda por cima, possui assistência técnica por dois anos. Hoje em dia esse negócio de seguro é importante. A competência nem sempre é o momento do dia. Nos deparamos com erros alheios em todos os dias e em quantidade alarmante.