domingo, 31 de janeiro de 2010
descanso de deus
O que teria feito Deus em seu dia de descanso? Tomado algumas garrafas de um bom vinho? E bêbado, sonhou deitado em eterna plenitude. Sentiu a brisa, percebeu a grama, molhou-se de orvalho. Nunca mais acordou.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Que os anjos me encantem, que dos homens só tenho descrenças. Que ninfas me conduzam por caminhos de beleza e suavidade, que dos homens só recebo ameaças. Todos os elementais: gnomos, fadas e duendes cantem até que eu durma, que dos homens só ouço gritos de pavor e ódio. Que todos os santos amparem minha fé, que nos homens nada mais resta de humano.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Acorda e vê, há um arco de luz, que eu pus, lá no céu, para você!
O passar do tempo.
Ser homem de bem.
Acredito que há muito poema na síntese. Música alia sentimento. Compõem. Poesia é acreditar nas ilusões. Poema descreve.
Eu já cansei de acreditar.
Qual será a nova fórmula? O charme do mundo. A receita inédita. O anti cristo aristotélico. O avesso do mesmo. O apocalipse, agora!
Vale o mistério, vale o investimento. Um certo momento e pronto tudo aconteceu. A magia do momento. O vento no rosto, o frescor da noite no verão e a pele transpirando prazer.
Um relaxante natural: manhã, tarde e noite.
Estou ouvindo Marina cantar junto com Martinho da Vila.
O verso é otimista e a frase é: “vai ter que amar a liberdade, só vai cantar em tom maior, vai ter a felicidade de ver um Brasil, melhor!”
Ensinar a viver onde ninguém é de ninguém. Ter a possibilidade de ver um Brasil melhor.
A vida é loteria. Uma sorte. Por isso é acontecimento. Por isso é vestimenta necessária. Um jeito de ver a luz.
Os ruídos intensos da pós-modernidade nos definem intensos porém efêmeros. Morreremos em breve. Mais cedo ou mais tarde. Apocalipse, capítulo dez versículo qualquer um. Tudo no final é morte e descoberta da transformação. A verdade e a ilusão.
Amantes e inimigos.
“Acorda e vê, há um arco de luz, que eu pus, lá no céu, para você!”
É isso!
‘É seu, e para sempre será.’
sábado, 16 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Outros dias que virão
Queimei o que foi o sacrifício das flores. Deitadas em pétalas nas costa do anjo. De asa dourada que banhei em água corrente depois de o ter perfumado com o odor das rosas vermelhas.
Queimo junto cravo, canela e mel, para o deleite dos deuses.
Folhas secas de parreira. Frutos maduros.
Tudo para sonhar outros dias que virão. Outra uva, outro doce, outra maçã.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Meu sonho é vc!
Se eu soubesse escrever ou arrematar qualquer expressão em árabe diria que finalmente a vida mudou. Aconteceu uma transformação no ser humano. Depois de um longo período de três milhões anos, nós finalmente descobrimos o fato de amar. Comprei um liquidificador. Meu primeiro eletrodoméstico exótico. O liquidificador passa a ser uma necessidade quando você se torna responsável por suas ousadias. Principalmente as expressões culinárias. As receitas se ampliam. O universo vai adquirindo possibilidades inovadoras a cada tentativa de acerto. Não sei direito ainda para que serve a função pulsar! Ouvi um cachorro latindo bem perto das minhas orelhas. Deve ser som oriundo da imaginação.
O liquidificador é também um rito de passagem. Um marco no fato de estar existindo e interagindo com as panelas que produzem o básico no mundo: comer e multiplicar. Quanto melhor comer, mais bonito o fruto multiplicado.
Não, o aparelho não irá interferir na minha dieta alimentar de forma a aumentar minha quantidade de gordura humana. Nada disso. Um gesto que se eleva ao céus: alimentos saudáveis. O frescor de uma oração matinal. O suco saudável promovendo a desintoxicação dos rancores, dos odores repulsivos, dos descompassos. A agonia da vida filtrada por uma fina rede estrategicamente colocada no copo. Uma leitura mais atenta do manual incluso é muito importante nos dias de hoje.
O alimento do corpo, o sustento da alma. Come bem, alma boa. Come mau, e pronto, o corpo começa a reagir e produzir efeitos não muito agradáveis. A saúde do coração. O amor pulsando nas veias. Os excessos controlados.
Controlar o colesterol. Todos os dias a busca pela agilidade. Todos os dias os encontros com a imaginação. Todos os dias e as realidades moldadas se prestam a descrever sonhos. Nossa ilusão é manipulável. Nossos sonhos convergem pelas lentes de câmeras escondidas, olhares precisos e cenário convincente. A realidade e o espetáculo. Qual visão do paraíso, fomos até a Lua e vimos que na verdade o planeta é uma pequena bola sujeita a leis impostas pelo passar do tempo. As luzes do cenário no entanto nos dá a impressão de que a vida pode ser mais agradável do ponto de vista da felicidade. Ai então, sonhamos tudo de bom. O liquidificador e suas múltiplas atitudes.
O liquidificador é necessário à partir do momento em que você passa a ver ordem no caos. Água gelo e limão batidos é muito melhor. A transformação dos elementos que se completam para efeito de um melhor paladar. Uma situação apurada. Um deslumbramento diante da condição humana. Condição humana. Humana causa. Infestamos o planeta com razões humanas.
Nem animais seremos. Quem seremos? Fiz meu primeiro suco no liquidificador. Foi emocionante descobrir seu funcionamento. Não se trata de uma escala numerada.São conceitos. Quanto tempo leva para se preparar uma sopa? Qual o tempo necessário para a confecção de um molho vermelho e encorpado? Nossa vã filosofia.
Compacto. Desenho especialmente elaborado para fazer bonito na cozinha. É simpático e enigmático. Nada melhor numa paixão: não saber e discordar com olhares admiradores. A paquera. Vamos fazer alguma coisa com esse liquidificador. Está evidente. É um desejo manusear o objeto. Tocar em suas linhas, fruto da imagem humana de felicidade. Céu claro, lua cheia, vento fraco e suave. Nada de cores fortes. Sinuosidade. Linhas curvas de arquiteto.
Integração total com a paisagem urbana. O liquidificar, ainda por cima, possui assistência técnica por dois anos. Hoje em dia esse negócio de seguro é importante. A competência nem sempre é o momento do dia. Nos deparamos com erros alheios em todos os dias e em quantidade alarmante.
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